Livro: Presente de Natal: Consciência
– Um Livro para relacionamentos
Eu sou Dra. Suzy Mosna, psicóloga, terapeuta de casal e família, escritora e, acima de tudo, alguém que acredita profundamente no poder do encontro humano verdadeiro.
Ao longo de mais de 30 mil atendimentos clínicos, tive o privilégio de ouvir histórias, dores, silêncios e recomeços. Sou autora dos livros Raio X do Casamento, Ciúme – Tempestade Interior e Descomplicando a Ansiedade. Minha formação inclui cinco pós-graduações, com foco em Neuropsicologia, Terapia Individual e Terapia de Casal, além de estudos internacionais que fazem parte do meu currículo, incluindo formação com referência em Harvard.
Mas nada disso faz sentido se não servir para algo simples e essencial: ajudar pessoas e famílias a viverem relações mais conscientes, verdadeiras e saudáveis.
Este livro nasceu do consultório, das conversas antes do Natal, das lágrimas que aparecem nessa época e também da esperança silenciosa de que ainda é possível fazer diferente.
O Natal costuma ser vendido como um espetáculo: mesa farta, bebidas, risadas altas, fotos bonitas e abraços ensaiados. Mas, na prática, ele muitas vezes chega carregado de expectativas, mágoas antigas, conflitos não resolvidos e uma necessidade quase inconsciente de parecer feliz.
Este livro não é sobre fingir. Não é sobre perfeição. Não é sobre agradar a todos.
Este livro é sobre verdade.
O Natal, do ponto de vista psicológico, é um convite poderoso à reflexão. Ele escancara o que está bem e o que está mal. Aproxima quem está conectado e distancia quem apenas convive. Por isso, ele pode ser tão desconfortável — e, ao mesmo tempo, tão transformador.
O que proponho aqui é um Natal mais interno do que externo. Um Natal que começa em você.
Natal por Dentro
O Natal não começa na mesa. Ele começa no pensamento.
Começa quando você se pergunta: como eu chego neste Natal? Cansado? Ressentido? Grato? Vazio? Esperançoso? Não existe resposta certa. Existe apenas a honestidade emocional, algo raro, mas profundamente libertador.
Amor, do ponto de vista da psicologia, não é sentimento constante. É escolha consciente. É atitude. É responsabilidade afetiva. Amar não é concordar com tudo, nem engolir o que machuca para manter a aparência de harmonia. Amor verdadeiro sustenta diálogo, limite e respeito.
A amizade dentro da família é um pilar muitas vezes esquecido. Famílias não deveriam ser apenas laços de sangue, mas espaços de segurança emocional. Onde é possível ser quem se é, sem máscaras. Onde o erro não vira sentença e o silêncio não é punição.
O perdão, tão falado no Natal, não é um favor que se faz ao outro. É um processo interno. Perdoar não significa esquecer, minimizar ou permitir que o outro continue ferindo. Perdoar é escolher não carregar mais um peso que já custou caro demais.
Resolver o que precisa ser resolvido é um ato de maturidade emocional. Nem tudo será resolvido em uma ceia. Nem toda conversa precisa acontecer no Natal. Às vezes, a maior resolução é admitir: isso ainda dói, e eu preciso cuidar disso em mim.
A falsidade emocional cobra um preço alto. Fingir alegria, engolir palavras, rir quando se quer chorar… o corpo registra, a mente adoece, e os relacionamentos se distanciam. O Natal não exige performances. Ele convida à presença.
Bebidas e excessos, muitas vezes, funcionam como anestesia emocional. Comemos demais, bebemos demais, falamos demais — tudo para não sentir. Mas sentir é inevitável. E quando acolhido, o sentir transforma.
O Natal é, antes de tudo, um encontro consigo mesmo. Com seus limites, sua história, suas escolhas e também com aquilo que você deseja construir a partir daqui. Cuidar das palavras, dos pensamentos e das reflexões é um gesto de amor-próprio. E amor-próprio saudável melhora qualquer relação.
Quando você se cuida, você se torna menos reativo, menos defensivo, mais disponível. E isso muda o clima da casa, da mesa e das conversas.
O Natal não é sobre consertar todos os outros. É sobre alinhar-se internamente para não reproduzir o que machuca.
Que neste Natal você se permita ser verdadeiro.
Que você escolha menos aparência e mais essência. Que abrace quando fizer sentido e respeite seus limites quando for necessário. Que suas palavras sejam gentis, mas firmes. Que seus pensamentos sejam conscientes. Que suas reflexões tragam crescimento, não culpa.
Que o Natal não seja apenas um dia no calendário, mas um ponto de virada interno.
E se algo não puder ser resolvido agora, que ao menos seja cuidado com respeito, tempo e responsabilidade emocional.
Desejo que o seu Natal seja leve por dentro, honesto por fora e profundamente humano.
Com carinho,
Dra. Suzy Mosna








